Entenda o que é Open Banking e como ele pode transformar o marketing das Fintechs

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Publicado: 14 de outubro de 2021 | Atualizado: 26 de outubro de 2021.

A entrada do Open Banking no mercado financeiro vem gerando bastante ansiedade nas instituições e nos próprios consumidores. Para quem desconhece o significado do termo, Open Banking significa, na tradução literal, “Sistema Financeiro aberto” e serve para o compartilhamento geral de informações dos clientes.

O modelo serve para que a competição entre as instituições financeiras seja mais justa, dado que com os dados e preferências do cliente em mãos, haverá a possibilidade de se criar uma combinação de condições mais vantajosas para o cliente. 

É importante destacar que esse novo modelo se compromete integralmente com as normas da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e todas as informações dos clientes só estarão na base caso ele aceite compartilhá-las. Do contrário, qualquer uso indevido será amplamente punido conforme a legislação atuante do país. 

A ideia principal do Open Banking é fazer com que os bancos e instituições financeiras no geral consigam criar produtos mais adequados ao perfil de seu público-alvo. Hoje, ainda vemos muitas ofertas incompatíveis com a situação financeira da maioria dos brasileiros, com a presença desse modelo, haverá a possibilidade de melhores ofertas para os clientes e maior crescimento para todas as instituições que lidam com crédito.

Ainda que haja a necessidade do cliente autorizar esse compartilhamento de dados, fica mais fácil mover esse processo com a entrada do Open Banking no cenário. 

Como isso contribui para as Fintechs e o que muda? 

A principal mudança será na oferta de serviços para os clientes com base de dados cadastrados. Então, se o cliente possui seus dados no banco, a fintech poderá ter acesso e criar mecanismos que se adequem diretamente ao que aquele cliente deseja.

É importante lembrar que a concessão de crédito hoje funciona de uma forma mais geral em que a análise funciona por meio do CPF do cliente. No final só acaba sendo relevante o quão bom pagante aquele cliente é, quando outras características poderiam entrar em questão. 

Se há uma resposta certa para “o que muda?”, certamente será “tudo”, principalmente quando estamos falando de instituições financeiras que acabaram de entrar na concorrência por uma fatia tão acirrada no mercado. Para entender isso, precisamos compreender que o meio bancário foi dominado por muitos anos por grandes instituições financeiras, até o surgimento de Fintechs como o Nubank.

Grandes bancos criavam seu monopólio no país e acabavam dizendo quem poderia ter certos produtos e quem não teria acesso jamais, isso porque, com a baixa concorrência, acabava sendo mais fácil ditar as regras absolutas do mercado. 

O marketing dessas fintechs sofrem mudanças com esse novo modelo? 

Precisamos entender que o marketing passa por três grandes pilares:

  • Estratégia de venda (passando por todo o funil e marketing agressivo); 
  • Mecanismos de aquisição de clientes (ainda no funil e com a intenção de já fidelizá-lo); 
  • Estratégias de fidelização desse cliente (última etapa do funil e mais importante nesse caso). 

Tudo isso que foi listado acima possui um ponto em comum: a necessidade de se saber cada vez mais sobre o cliente em questão. Quanto mais se sabe sobre suas necessidades, vontades e características gerais, mais se chega nas respostas que trarão esse cliente para a empresa em questão.

Por isso, se pensarmos nessa maior liberdade de dados disponíveis, entenderemos que isso modifica completamente a forma como o marketing é feito e aproveitado. 

Para entender isso, vamos usar dois bancos, um tradicional e uma fintech recém chegada ao mercado. Itaú e Meliuz SA são duas empresas financeiras, o Itaú ganhou vida em 1924 com o nome de “Casa Moreira Salles” e conquistou espaço significativo no cenário bancário mundial.

A Meliuz, no entanto, surgiu em 2011 com a proposta de ser um banco inovador para o seu público. Estamos falando aqui de uma diferença cultural entre as empresas, mas não apenas isso, estamos abordando uma diferença entre a credibilidade e estrutura desses bancos. 

Em uma competição por espaço de TV, credibilidade e ofertas, teremos sempre o Itaú na frente, uma vez que ele já está no imaginário dessa população. Entretanto, com a abertura do Open Banking, essas instituições podem se diferenciar no que faz com que vendam cada vez mais: no marketing.

Se a Meliuz sabe exatamente onde está seu público e os dados do mesmo, será mais fácil para criar estratégias que a coloquem de fato como um competidor no mercado, evitando com isso muitas reclamações no setor bancário.

Diante disso, é claro que ainda teremos atualizações sobre o modelo, mas é inegável que a competição se torna mais justa. Com a presença de novas instituições, o público só ganha ainda mais poder de escolha e mais possibilidades de produtos que de fato atinjam suas expectativas.

O Open Banking abre portas não só para os meios financeiros, como permite outros segmentos a olharem para o modelo com a intenção de fazer algo parecido. Se o uso desses dados for respeitado e utilizado conforme a Lei Geral de Proteção de Dados, o mercado só terá a ganhar nesse processo robusto de foco no cliente.