Gestão do tráfego nas cidades com recurso a tecnologias de informação
Este artigo projecta uma versão futurista de como deveria ser a gestão do tráfego nas cidades com recurso a tecnologias de informação.
O problema
Com o progresso nas cidades há cada vez mais viaturas e, pelo inverso, cada vez menos estacionamentos.
Como consequência, vemos com frequência o estacionamento de veículos em locais não autorizados à luz do código da estrada e que, em grande parte dos casos colocam em causa a segurança dos demais, limitando ou condicionando a circulação.
Este constrangimento na circulação pode afetar desde o simples peão que não consegue caminhar no passeio devido a um mau estacionamento que limita o espaço, à circulação de ambulâncias em missão de socorro que perdem segundos valiosos presos no trânsito, e/ou a ultrapassar o problema causados pelo mau estacionamento de outros veículos.
Consideremos então o exemplo de como melhorar a missão de socorro das ambulâncias como o nosso problema.
Como solucionar o problema?
Pela via informática
As tecnologias de informação permitem hoje em dia uma vasta gama de soluções possíveis. Com a implementação da rede 5G deixa de existir uma diminuição considerável na lag nas comunicações possibilitando a troca de informação mais rápida e atempada entre dispositivos a curta e longa distância.
Para melhor compreender a proposta, dividimos o nosso problema em etapas. Temos assim um conjunto de etapas problemáticas e respectivas soluções (considerando sempre que existem fundos e equipamentos para criar e manter o sistema):
1º Problema : Localização da pessoa que precisa de socorro.
- Cada vez que se faz uma chamada para o 112, automaticamente a localização do dispositivo é revelada para permitir a geolocalização pelo operador e passar a informação para as missões de socorro. Esta geolocalização está sempre ativa até a missão de socorro dar-se como completa ou até o operador considerar que já não é preciso.
2º Problema : Optimização do caminho para chegar à pessoa.
- Considerando o ponto de origem da ambulância e o ponto de destino, um modelo de inteligência artificial, treinado para trabalhar o mapa sempre dinâmico de uma cidade, calcula o melhor caminho para a localização da pessoa, considerando diversas variáveis como o trânsito, as vias cortadas, etc.
- Para melhorar o tempo de chegada, as vias de trânsito também devem ser alteradas dinamicamente. A ideia, à primeira vista é absurda, mas podemos solucionar o problema desta forma:
- Vias preenchidas com painéis solares que possuem a capacidade de mudar o seu padrão com recurso a LED’s integrados.
- Sinais de trânsito verticais preenchidos também com painéis solares com a mesma capacidade de alterar o seu padrão com recurso a LED’s.
- Tendo a capacidade de mudar as vias de trânsito dinamicamente, é possível evacuar todo o trânsito presente nas vias, fechando e abrindo rotas ao longo do caminho da ambulância. Continua a ser possível que o condutor humano possa ainda estar presente nessas vias, contudo, uma tecnologia de veículos autónomos já poderia auxiliar na evacuação dos respectivos veículos ou até mesmo permitir passagem movendo-se de forma segura para a berma da estrada.
Pela via política
Certamente novos protocolos legais e burocráticos terão de ser revistos, nomeadamente questões relativamente à localização da pessoa. Até que ponto é que teremos a certeza que a transmissão da localização da pessoa não está a ser monitorizada para outros fins?
Ou até mesmo as operadoras já que as torres de telefones “sabem” onde estamos, caso contrário não era possível trocar de “células” quando nos afastamos da área de efeito da antena.
Pela via popular
Este é certamente o pior entrave à tecnologia. De certeza que irão muitas vozes oporem-se a um projeto deste género e muitas outras dirão que não é exequível, contudo, também muitos diziam que não era possível ter um computador no bolso e eis que existem hoje smartphones.
Apenas falta vontade, seja ela popular ou política.
Algumas das menções tecnológicas presentes trazem muitos outros benefícios para uma cidade inteiramente digital, mas isso ficará para outro artigo.